TELEFONE
Ele viajando. Ela sentada ao lado do telefone inquiete
morde a mão de leve na ansiedade de vê-lo tocar. E o toque do telefone que a
sustenta de pé no fim do dia
Sua voz mesmo distante a anima, suave...
Sensual... Sussurrando no seu
ouvido palavras doces, ele lhe arranca tímidos sorrisos,
sua voz lhe
envolvendo por completo, aconchegando-a .
Ela pede:
--não desliga, repeti vai:
-- Ele diz:
-te amo!
Ela pede:
-- mas uma vez, vai só mais uma .
Ele diz:
-- Amo te, amo lhe por demais, mesmo longe só penso em ti o
dia inteiro e te desejo loucamente. Ele afirma.
E ela do outro lado da linha acredita, suspira, saltando um
– AI!
Mas bem no fundo, ela confessa a si mesmo ao se vê
novamente sozinha com seus pensamentos;
“ Como é bom a ilusão, quando não se tem outra saída!
MARGARETH CUNHA
Um telefone toca num fim de tarde, começo de noite . . .
* Alô?
* Pronto.
Ele: - Voz estranha... Gripada?
Ela: - Faringite.
Ele: - Deve ser o sereno. No mínimo tá saindo todas as noites pra badalar.
Ela: - E se estivesse? Algum problema?
Ele: - Não, imagina! Agora, você é uma mulher livre.
Ela: - E você? Sua voz também está diferente. Faringite?
Ele: - Constipado.
Ela: - Constipado? Você nunca usou esta palavra na vida.
Ele: - A gente aprende.
Ela: - Tá vendo? A separação serviu para alguma coisa.
Ele: - Viver sozinho é bom. A gente cresce.
Ela: - Você sempre viveu sozinho. Até quando casado só fez o que quis.
Ele: - Maldade sua, pois deixei de lado várias coisas quando a gente se casou.
Ela: - Evidente! Só faltava você continuar rebolando nas discotecas com as amigas.
Ele: - Já você não abriu mão de nada. Não deixou de ver novela, passear no shopping,
comprar jóias, conversar ao telefone com as amigas durante horas.. . . Silêncio . . .
* Alô?
* Pronto.
Ele: - Voz estranha... Gripada?
Ela: - Faringite.
Ele: - Deve ser o sereno. No mínimo tá saindo todas as noites pra badalar.
Ela: - E se estivesse? Algum problema?
Ele: - Não, imagina! Agora, você é uma mulher livre.
Ela: - E você? Sua voz também está diferente. Faringite?
Ele: - Constipado.
Ela: - Constipado? Você nunca usou esta palavra na vida.
Ele: - A gente aprende.
Ela: - Tá vendo? A separação serviu para alguma coisa.
Ele: - Viver sozinho é bom. A gente cresce.
Ela: - Você sempre viveu sozinho. Até quando casado só fez o que quis.
Ele: - Maldade sua, pois deixei de lado várias coisas quando a gente se casou.
Ela: - Evidente! Só faltava você continuar rebolando nas discotecas com as amigas.
Ele: - Já você não abriu mão de nada. Não deixou de ver novela, passear no shopping,
comprar jóias, conversar ao telefone com as amigas durante horas.. . . Silêncio . . .
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