segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Para alguém especial !

Poderia escrever um livro sobre solidão seus bens, seus maus, sentida na carne...
Quem sabe um dia !

Fala que sonha comigo que lhe tiro o sono, que deseja minha pele, que minha boca lhe seduz.. E ??

E eu aqui querendo um amigo, com quem eu possa e ele possa falar besteiras, um confidente, um libertador de mim, um ouvinte, expressivo, que perceba a femia que sou, esta sensualmente  tão viva dentro de mim, cheia de duvidas, anseios, tesões, paixões. Viva!

Alguém que seja simples e louco, sem domínios e pretensões. Que me aceite nem mais nem menos, apenas mulher !

Sendo assim. um ser  transparente como água das cachoeiras com vibrações das ondas do mar.

Seria um Amor que se concluiria na sexualidade do jogo intimo das palavras, um tanto cego, um tanto tolo, infantil, amigo, sincero, envolvente que desse um sentido real a palavra liberdade me fazendo ventar, me confundindo e me devolvendo o ar
Preenchendo naturalmente meus polos, se tornando interino

Perto dentro, longe nem existe...

Enfim na carência deste estante, estou aqui a,lhe confessa, que solidão as vezes doí.
Não ligue a solidão por vezes grita na mente.

Me despeço agora desejosa que esteja bem !


Margareth Cunha

[Desperdício - Viola no Bolso I, p. 320]
Carlos Drummond de Andrade


Numa menor negrura
Da sua noite escura,
A Ter uma cor fria
Onde a negrura cessa.
 

Um negro azul-cinzento
Emerge vagamente
De onde o oriente dorme
Seu tardo sono informe,
E há um frio sem vento
Que se ouve e mal se sente.

Mas eu, o mal-dormido,
Não sinto noite ou frio,
Nem sinto vir o dia
Da solidão vazia.
Só sinto o indefinido
Do coração vazio.

Em vão o dia chega
Quem não dorme, a quem
Não tem que ter razão
Dentro do coração,
Que quando vive nega
E quando ama não tem.

Em vão, em vão, e o céu
Azula-se de verde
Acinzentadamente.
Que é isto que a minha alma sente?
Nem isto, não, nem eu,
Na noite que se perde.

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

O SolitárioDetesto seguir alguém assim como detesto conduzir. 
Obedecer? Não! E governar, nunca! 
Quem não se mete medo não consegue metê-lo a 
          ninguém, 
E só aquele que o inspira pode comandar. 
Já detesto guiar-me a mim próprio! 
Gosto, como os animais das florestas e dos mares, 
De me perder durante um grande pedaço, 
Acocorar-me a sonhar num deserto encantador, 
E forçar-me a regressar de longe aos meus penates, 
Atrair-me a mim próprio... para mim. 

Friedrich Nietzsche, in "A Gaia Ciência"


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