Queria saber se as flores ainda estão na varanda?
Se os passarinhos ainda fazem seus ninhos na velha arvore do quintal e se tem crianças para sentadas nas suas sombras?
Eu nem sei, se a mangueira que eu plantei neste quintal, chegou a dá fruto.
Passando por aqui pela calçada da minha primeira casinha, pós tantos anos, aqui neste momento parada em frente minha ex-casinha branca ( riso ) parece até que foi uma brincadeira de casinha, ela ainda continua branquinha, branquinha.
Penso: poderia ter sido diferente? Respiro fundo e deixo escapar um Não! Da minha boca e penso: Esta tudo no seu
devido lugar!
Se os passarinhos ainda fazem seus ninhos na velha arvore do quintal e se tem crianças para sentadas nas suas sombras?
Quem tem regado às margaridas?
É o pé de abacateiro deu fruto?
É o vento leve que entrava pela porta à tardinha, um cantinho simples com
sentimento de tranquilidade devolvendo-me a sensação de felicidade, quando
deitada no chão da sala ouvindo CHICO, GAL, GONZAGUINHA e outros mais ( sempre
musicas de MPB).
Ainda venta sereno à tardinha?
Ainda venta sereno à tardinha?
Tem cheiro de bolo na cozinha? Era bom comê-lo no chá da
tarde na varanda eu mesma fazia.
Lembro como era bom depois do banho, as sextas-feiras, após um
dia de trabalho, sentar aqui nesta calçada e papeava com as vizinhas só um
pouquinho, após ter passeado com meu bebe empurrando seu carinho ate a padaria do seu Chico para comprar pão doce fresquinho.
Eu nem sei, se a mangueira que eu plantei neste quintal, chegou a dá fruto.
E minhas pequeninas rosas rosinhas miudinhas, ainda enfeitam o jardim ou lado das grandes majestades rosas brancas?
Passando por aqui pela calçada da minha primeira casinha, pós tantos anos, aqui neste momento parada em frente minha ex-casinha branca ( riso ) parece até que foi uma brincadeira de casinha, ela ainda continua branquinha, branquinha.
Penso: Como teria sido, se dali nunca estivesse saído?
Um cachorro late lembrando-me de minha velha vira-lata,
pretinha e tão mansinha.
E as violetas ainda estão no jardim?
Margareth Cunha.
De volta ao passado
Enquanto escrevo observo
O olhar de minha mãe
Antes brilhantes
E por vezes fulminantes
Mas sempre ternos
Acompanhando estrepolias
da sua filharada...
Agora ela apenas olha
Um programa na tv
Seu olhar parece cansado
Seu brilho de outrora
Transformou-se em cataratas
Ela já não enxerga quase nada
Apenas olha...e nem sempre vê
Em seus olhos anuviados
Uma história de bravura
Se esconde e adormece
Ela viaja em seu passado
E o olhar perdido
por instantes,
Reluz no seu verde esfuziante
Uma lágrima teimosa aparece
Ela a seca com seu lenço
Volta a olhar a tv ligada
Volta a olhar e a não ver...
A Língua de Nhem
Havia uma velhinha
que andava aborrecida
pois dava a sua vida
para falar com alguém.
que andava aborrecida
pois dava a sua vida
para falar com alguém.
E estava sempre em casa
a boa velhinha
resmungando sozinha:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
a boa velhinha
resmungando sozinha:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
O gato que dormia
no canto da cozinha
escutando a velhinha,
principiou também
no canto da cozinha
escutando a velhinha,
principiou também
a miar nessa língua
e se ela resmungava,
o gatinho a acompanhava:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
e se ela resmungava,
o gatinho a acompanhava:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
Depois veio o cachorro
da casa da vizinha,
pato, cabra e galinha
de cá, de lá, de além,
da casa da vizinha,
pato, cabra e galinha
de cá, de lá, de além,
e todos aprenderam
a falar noite e dia
naquela melodia
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
a falar noite e dia
naquela melodia
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
De modo que a velhinha
que muito padecia
por não ter companhia
nem falar com ninguém,
que muito padecia
por não ter companhia
nem falar com ninguém,
ficou toda contente,
pois mal a boca abria
tudo lhe respondia:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
pois mal a boca abria
tudo lhe respondia:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
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